A 12ª edição do Big Brother Brasil começou com uma “bomba”: após protagonizar cenas quentes sob o edredom com Monique, Daniel foi acusado de estupro pela audiência e, há apenas 5 dias na casa, foi expulso do programa.
O fato se espalhou pela internet na velocidade da luz. Nos jornais e revistas, o espaço para a notícia era enorme: capa, manchetes, matérias enormes, links para o vídeo no youtube. Com a pressão dos telespectadores, a produção do BBB, que a princípio negava o caso, teve que reavaliar sua postura. Sem julgamento, sem inquéritos, Daniel já estava sentenciado: era culpado no caso!
Eis que na manhã desta quarta-feira abro o jornal e vejo uma pequena nota informando que o caso Daniel fora arquivado e que o depoimento de Monique dá a entender que não houve crime. Li outros dois jornais e a situação se repetiu: apenas uma nota. Nos principais portais de notícia a coisa não era muito diferente. Embora dessem uma notícia uma pouco mais detalhada, o destaque era pequeno.
Não é a primeira vez que a mídia condena alguém antes do julgamento. Um boato que se espalhou pela internet foi tido como verdade e adotado pelos principais veículos de comunicação. Quem não se lembra do caso Nardoni? Alguns veículos, em especial a revista Veja, já apontava o pai e a madrasta como culpados legítimos. Tudo bem que foram condenados ao final do julgamento, mas a mídia pode exercer esse papel?
O jornalismo feito no Brasil é visto como imparcial. Mas até que ponto isso realmente acontece? É preciso rever a forma como a comunicação é feita no país, para que opiniões deixem de ser tomadas como verdade, e boatos como fatos incontestáveis.
Quantos veículos vão dar realmente espaço ao caso Daniel agora que o rapaz não é mais alvo de acusações?